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Brasil vai produzir e usar mais biodiesel

Neste 17 de março o governo vai anunciar o aumento da mistura de biodiesel ao óleo diesel vendido nos postos. Hoje o teor é de 10% (já chegou a 13%). A expectativa é que o governo divulgue cronograma para elevar essa mistura gradualmente até chegar a 15% em março de 2024. Isso quer dizer que os motoristas e empresas que usam diesel vão contar com um combustível que emitirá menos poluentes, o que é uma ótima notícia.

Diante dessa maior presença do biodiesel no dia a dia de todos, é conveniente conhecer mais sobre esse biocombustível. É um produto que vai muito além de ser uma alternativa de combustível renovável e isso surpreende muita gente.

O que é:

O biodiesel é um biocombustível obtido a partir da conversão de óleos vegetais extraídos de oleaginosas como soja, palma e girassol, ou da gordura animal de bovinos, suínos, aves etc. que, após passar por processos de purificação para adequação a especificações de qualidade, é destinado à aplicação em motores do ciclo diesel como substituto parcial ou total do diesel de origem mineral (chamado diesel A).

Qualidade:

O biodiesel é limpo e é produzido no Brasil. É uma invenção brasileira, do engenheiro químico Expedito Parente. O governo federal, pesquisadores e cientistas brasileiros e a iniciativa privada conduziram testes científicos e este conjunto de trabalhos conclui que o biodiesel é de alta qualidade e pode ser adicionado ao diesel mineral, inclusive, em percentuais mais elevados do que 15%. Em outros países já há usos de misturas entre 20% e 30%. No Brasil, empresas conduzem testes até mesmo com equipamentos movidos a 100% de biodiesel. Para quem quiser saber mais sobre os estudos referendados pelo governo, seguem links para dois deles:

Atendimento às recomendações do Relatório de consolidação dos testes e ensaios para validação da utilização de Biodiesel B15 em motores e veículos

Relatório de consolidação dos testes e ensaios para validação da utilização de Biodiesel B15 em motores e veículos

Estes estudos esclarecem ainda que o biodiesel não é causador de problemas em motores, e para evitar qualquer questão, a cadeia produtiva e os usuários devem seguir as recomendações da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

Boas práticas:

Aumentar o teor da mistura para 15% não é a única pauta em discussão em Brasília. Por iniciativa da Frente Parlamentar Mista do Biodiesel (FPBio) , do Congresso Nacional, tramita na Câmara dos Deputados o projeto de lei 134/2020 . Ele cria um sistema para rastrear a qualidade do diesel vendido aos consumidores (é o chamado diesel B, que contém a mistura). Após ser aprovado este projeto, o sistema poderá ser implantado e será útil para as autoridades fiscalizarem se os agentes da cadeia produtiva estão, ou não, cumprindo as boas práticas de produção, armazenagem, transporte, manuseio, tanto do diesel quanto do biodiesel. Problemas em motores podem ocorrer por falta de manutenção ou limpeza, por exemplo, nos caminhões-tanque, nos tanques de armazenamento dos postos de combustíveis, entre outros casos. Quanto ao biodiesel, esse biocombustível tem sua qualidade plenamente testada e só assim pode deixar a usina produtora para ser misturado ao óleo diesel.

Vantagens:

A produção do biodiesel agrega valor à soja, aos óleos vegetais e gorduras animais; gera empregos, renda, investimentos e desenvolvimento para o campo e cidades – as usinas autorizadas a produzir (58) são obrigadas a comprar matérias-primas também de agricultores familiares. Sua utilização é caminho para reduzir as emissões de Gases de Efeito Estufa e para melhorar a qualidade do ar. Com menos poluentes, há menos doenças cardiorrespiratórias, o que é bom para as pessoas e para o sistema público de saúde.

A parcela de biodiesel evita maiores importações de diesel (chamado S500, altamente poluidor), o que economiza muitos milhões de reais ao país. E favorece o custo de vida, afinal, a maior produção de biodiesel dá oportunidade para baixar preços de carnes e ovos e, também, os da carne para exportação porque sua produção gera aumento de oferta e consequente queda no preço de farelo para ração animal: o farelo e o óleo de soja resultam do mesmo processo de esmagamento do grão de soja na hora de se produzir o biodiesel.

Referências:

Há várias fontes de conhecimento sobre este biocombustível, entre as quais::

Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove)

Associação dos Produtores de Biocombustíveis do Brasil (Aprobio)

União Brasileira do Biodiesel e Bioquerosene (Ubrabio)

Frente Parlamentar Mista do Biodiesel (FPBio)

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