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Adaf proíbe trânsito de cacau e cupuaçu oriundos de municípios com focos de monilíase

Medida está na portaria 393, do último dia 21, publicada no Diário Oficial do Estado (DOE). Praga atinge as plantações causando perdas de até 100% dos frutos

A Agência de Defesa Agropecuária e Florestal do Amazonas (Adaf) proibiu o trânsito de espécies hospedeiras da praga monilíase do cacaueiro – com destaque para cacau e cupuaçu – oriundas dos municípios de Benjamin e Constant e Tabatinga para os demais municípios amazonenses e restante do país. A medida está na portaria 393, do último dia 21, publicada no Diário Oficial do Estado (DOE).

O gerente de Defesa Vegetal da Adaf, Sivandro Campos, destaca que a proibição tem o objetivo de resguardar o patrimônio frutícola do Estado e do país e que a portaria segue em vigor até que seja concluído o trabalho de contenção e erradicação da praga.

“Estamos trabalhando com educação sanitária para conscientizar a população a não pegar frutos dessas áreas e não transportar esses materiais, para que a praga não se espalhe para outras localidades”, explica.

A monilíase do cacaueiro é uma doença devastadora que afeta vegetais dos gêneros Theobroma e Herrania, como o cacau e o cupuaçu, causando perdas de até 100% da produção de frutos e, consequentemente, a redução da renda do agricultor.

A detecção do primeiro foco da praga, no Amazonas, foi anunciada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), no dia 17 de novembro, e aconteceu durante ações de monitoramento realizadas por uma equipe de técnicos do ministério, com o apoio da Adaf, em Tabatinga. A confirmação se deu por meio de análise realizada pelo Laboratório Federal de Defesa Agropecuária de Goiânia (LFDA/GO).

No dia 21 de novembro, o Mapa publicou portaria proibindo o trânsito de materiais vegetais das espécies hospedeiras oriundas dessas áreas para as demais unidades da federação. Agora, com a restrição imposta pela Adaf, o trânsito também fica proibido dentro do Amazonas.

Para delimitar as áreas de foco, Adaf, Mapa e Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal Sustentável do Amazonas (Idam) iniciaram, ainda em novembro, uma força-tarefa na região onde a monilíase foi detectada. “A ação rápida de todos os órgãos envolvidos é fundamental para conter os focos da praga, preservando a sanidade vegetal em nosso estado, evitando prejuízos econômicos e mais transtornos aos agricultores familiares”, destaca Alexandre Araújo, diretor-presidente da Adaf.

 Com o mapeamento, focos pontuais da doença foram identificados em plantações não comerciais de cupuaçu e cacau de Benjamin Constant e Tabatinga, e descartados em São Paulo de Olivença, onde a equipe também esteve presente. A ação teve apoio das prefeituras locais. 

De acordo com Sivandro, os próximos passos dos trabalhos de contenção e erradicação da praga serão acordados com o Mapa.

Fotos: Divulgação/Adaf

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