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Conheça o ensino e aprendizagem ativa : Boas companheiras

Por Antônio Siemsen Munhoz

A descoberta de palavras perdidas no tempo

Há palavras que sempre existiram. Palavras que ficaram perdidas no tempo. Termos que foram acumulando poeira e que, em algum repente, foram enxergados por algum pesquisador, daqueles aos quais a educação muito deve. Isto acontece com o termo que trataremos neste momento: o ensino e a aprendizagem ativa. Eles sempre existiram e sua utilização não atingiu o mesmo sucesso que obtém nos tempos atuais após a sua redescoberta. Crenças e má formação dos componentes de um ensino e aprendizagem não adequado, foram as principais razões. Tudo isto recheado com a necessidade ativa, da participação dos professores e alunos, para que a comunicação faça com que todos se aproximem ainda que distantes.

A redescoberta do ensino e aprendizagem ativa

Para muitos dos pesquisadores que poderiam ser citados o termo é tratado como algo moderno (quando bem aplicado) ou modernoso (quando mal aplicado). É um dos primeiros enganos. O termo é utilizado desde os idos dos anos 1950 (pouco mais ou menos) e pode ser encontrado nas obras de R. W. Revans, que reclamava para si o direito da descoberta que a aprendizagem ativa era algo que ia para além do mero escutar. A partir destas informações foram criadas linhas de pesquisa específicas ou combinadas que se dedicam ao estudo, como algo mais recente (um erro como vimos na citação anterior). Todas elas voltadas para a formação de novos professores e formas e estratégias que levem o aluno a aprender a aprender, descobrindo com aprofundamento das reflexões em nível de pensamento superior. A compreensão deste fato pode aumentar o volume de trabalhos de consulta que pode ser criado a partir desta colocação, além de melhorar de forma significativa o grau de aprendizagem dos envolvidos.

Orientações fundamentais

Há orientações fundamentais que consideram que o aprendente deve assumir outros comportamentos, principalmente agora que está posto como centro do processo de ensino e aprendizagem (muitas vezes apenas uma titulação para inglês ver). O aprendente deve abandonar o papel de participante passivo ou melhor – não participante. A partir desta visão inicial o aprendente deveria desenvolver outras atividades tais como leitura, escritas, discussão e resolução de problemas. Em qualquer recomendação é possível observar que todas as sugestões acabam por convergir para uma condição disruptiva, onde todos os participantes (professores e alunos) são retirados de suas  zonas de conforto. O ano aprende a conhecer a si próprio o mesmo acontecendo com os seus instrutores, agora tidos e havidos como companheiros de uma mesma classe de pessoas que querem aprender a ensinar, os professores e outra que quer aprender a aprender, os alunos). 

O ensino e  aprendizagem ativa em curso

Do introito para cá, o termo retornou de forma triunfal pelas penas dos pesquisadores mais ou menos interessados em um auxílio colaborativo. O objetivo sempre foi atrair o interesse dos alunos e professores recém-formados. A participação do aluno passou a ser considerada de forma diferenciada, ainda que demolidas em diversos níveis e com diferentes níveis de disrupção as mais diversas zonas de conforto. A formação do professor o único caminho para melhoria da qualidade do processo como um todo. Há algumas considerações importantes.

O fim da aprendizagem enciclopédica

Um dos principais objetivos é fazer que a aprendizagem não seja mais enciclopédica e que a aprendizagem adaptativa (às tecnologias existentes) e o aprender fazendo deem as mão neste processo de construção de uma atividade de ensino e aprendizagem mais qualitativa. A memorização sai pelas portas das novas salas de aula, sejam presenciais, semipresenciais ou não presenciais. Entra em foco o desenvolvimento de novas competências e habilidades trabalhando agora de forma ativa em diferentes conhecimentos integrados, deixando se ser os degraus da escada que leva ao conhecimento, apenas um corrimão para se chegar ao estágio – passei de ano.

A aproximação com o mercado

A aprendizagem como atividade reflexiva de ordem superior se torna o conjunto de palavras de ordem e todos os participantes dos grupos que seguem os protocolos do ensino e da aprendizagem ativa devem seguir o direcionamento sugerido, sempre de forma adaptativa às características sociais e emocionais dos participantes, enxergando contextos móveis. Os participantes são colocados em contextos mais adequados e aproximados da realidade afastando o mote daqueles que reclamam (com maior ou menor razão) que os profissionais formados pelas instituições educacionais não apresentam o perfil desejado pelo mercado. Esta é uma realidade que se mostra irrefutável em praticamente todos os congressos, seminários, webinars e outras estratégias nas quais a tecnologia é rica em estabelecer comunicação em diferentes níveis de pessoas, provenientes de diferentes escolas.

A releitura de antigas teorias

Um dos poucos inconvenientes da movimentação atual está na criação de dicotomias que são defendidas muitas vezes apoiados em dogmas e crenças que se aprofundam em divergências entre si, não aceitando a possibilidade de o ecletismo poder ser uma solução mais adequada, utilizando protocolos com ideias provenientes de diferentes fontes de pesquisa. A aceitação desta possibilidade, desprende o contexto das linhas de tempo e permite a combinação de fontes separadas no tempo para sua composição. Desta forma, a revisita a antigas teorias, ainda não bafejadas pela sorte de ter uma tecnologia mais avançada à disposição, deixa de ser um obstáculo. Surgem novas estratégias educacionais apoiadas  no discurso das tecnologias revolucionárias, que afastam as aulas expositivas, do teor destas estratégias diferenciadas.

Considerações finais

Não fugimos em nenhum momento de uma necessidade inadiável: o aumento do grau de colaboração e participação de todos nos processos educativos. Para atingir uma boa qualidade a instrução pelos pares (peer instruction) pode ser considerada como bom fecho para as considerações generalistas que foram relacionadas até o momento. É o que se espera das novas mudanças que estão sendo projetadas e em curso para próximos exercícios.

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