Antonio Siemsen MunhozCOLUNAS

Industria 1.0 a 5.0 decifre esta caminhada para não ser engolido pela tecnologia

Por *Antonio Siemsen Munhoz

Nada como ter convidado tão ilustre quanto o enigma da Esfinge atuando como o guardião dos segredos tecnológicos da humanidade. Ela sempre foi enfática com relação aos enigmas que propunha: decifra-me ou serás devorado. Proposta que repetimos solicitando que decifre a evolução da caminhada da revolução industrial.

Em qual lugar estamos e em que lugar vamos chegar?

Estamos no meio de uma convivência de diversas gerações. Elas se apresentam, seja para o bem ou para o mal, com um trecho final, agora acompanhado pelo futuro emergente, sobre o qual poucos ousam vaticinar. Isto somente irá ocorrer se a dita pandemia resolver dar uma segunda oportunidade para a humanidade que vive uma grande tragédia. Porém tal fato não parece ser fato de seu merecimento. Estamos como os conterrâneos do exército formado pelos soldados de Bonaparte a pronunciar: do alto destas pirâmides 40 séculos vos observam. O primeiro passo foi dado pela indústria em sua geração 1.0, fácil de compreender iniciada com uso da energia a vapor e mecanização da produção e que acompanhou mudanças sociais significativas. A utilização intensiva e industrial da tecnologia era a excelência exigida. Mudanças foram intensivas e extensivas e aceleradoras da evolução humana. Ainda a galope veio chegando à geração 2.0 que surge com a invenção da eletricidade e a criação das linhas de montagem com a expansão da produtividade como a excelência desejada. A produtividade se expande e começa a exigir demais da massa de trabalhadores (não contem para ninguém, mas dizem que Henry Ford teve ideia da produção em massa ao observar um abatedouro de porcos).  Os anos setenta chegam deslumbrados e deslumbrando. A automação da produção em massa (ainda parcial e em andamento) se estabelece. Os computadores programáveis trouxeram entregaram a terceira revolução industrial, com todo mundo deslumbrado vendo a automação de processos ser implantada sem intervenção humana. São criadas as caixas pretas que escondem toda a complexidade dos usuários finais. Os que chegaram mais cedo, pomposamente denominados Early Adotpters consideram que a geração 4.0 está em fase final de implantação. Antes que as pessoas aprendam em maior profundidade as suas promessas. Entra em foco a computação em rede, distribuindo informações para todos os cantos como propagavam Bill Gates da Microsoft e Nicholas Negroponte, pesquisador do MIT. O contexto se transforma em lugar de sonho de tantos conterrâneos, que transformaram a internet na estrada da comunicação, com o surgimento da vida digital, geração digital, ou seja, tudo digitalmente expresso podia captado, transformado e disseminado, com uso da computação em nuvem (cloud computing) e com o BigData se aproximando do conceito do grande Irmão, antevisto por George Orwell. Na quarta revolução industrial, esconde-se a complexidade que se torna clara pela simplicidade da computação gráfica. Ela também passa a ser representar a confluência de todas as redes. Surge a Cibercultura trazendo o cibercrime à tiracolo. As Fake News surgem e se estabelecem. A descrição até agora espelhada mostra que nem tudo está como deveria e que, certamente, há algo de podre no reino da Dinamarca. Alguns sociólogos desconfiam ser o próprio ser humano, sempre o elo mais fraco de qualquer corrente. Ele age ao avesso do que Creso, rei de Midas fazia. O felizardo (o que depois se revelou inverossímil, confirmando que não é de ouro que se faz a felicidade humana) transformava tudo o que tocava transformado em ouro, já outros seres humanos transformam tudo o que tocam em latão. A geração 4.0 está em franca evolução. Olhares cobiçosos são lançados para o futuro. Tudo é visto como um desafio. O que sempre movimentou o ser humano para frente. Se a criatividade for somada a esta atividade coisas boas podem ser produzidas. A mudança chegou.

A geração 5.0

Ela representa uma evolução natural da indústria 4.0. O lado desumano da tecnologia sempre prevaleceu. Atualmente a perspectiva muda.  Agora o lançamento de um olhar para o lado humano e não mais traz o exclusivismo de mudanças radicais como Josef Alois Schumpeter queria, com medidas disruptivasna atualidade, abandonadas por falta de sua funcionalidade. A inserção da dimensão afetiva ganha destaque em todos os processos que estão sendo desenvolvidos. Os doutos no tema consideram que se do passado evoluímos do homem à máquina, agora, estamos evoluindo da máquina para o homem, um retorno às origens. Esta perspectiva traz para as atividades industriais novas soluções: o renascimento do Welfare State.  A palavra-chave ou uma das palavras-chave desta nova geração é: esteja conectado, sob o custo de passar a fazer parte da grande legião dos excluídos digitais. Outra palavra-chave que se necessita citar é a convergência. Imagine não estar preparado para isso em um contexto no qual todas as tecnologias convivem e convergem de forma inevitável. Alinhar meio-ambiente; desenvolvimento sustentável; mão de obra altamente qualificada e especializada. A robótica entra em cena e para que tenha funcionalidade é não ter o medo de perder o emprego para um robô desconhecido no outro lado da linha. Roupas especiais (wearable technology) começam a ser utilizadas; inteligência artificial traz noites de insônia para quem acha que a máquina irá dominar a humanidade; a caminhada da 3D e 4D promete maravilhas para o design digital e seus adeptos. Elon Musk, considerado como o homem e a ideia por detrás dos projetos mais ousados desenvolvidos pelos seres humanos nos últimos tempos, gritava a plenos pulmões: a conectividade é necessária. Este é o rio que caminha com elevado caudal em direção ao gigantesco oceano onde a Cibercultura guarda a quatro chaves a história do ser humano. Os seres humanos enxergam, finalmente, a possibilidade de serem reconhecidos e assumindo o papel de protagonistas e não mais sendo subestimados. O que a tecnologia perdeu? Nada. Aqui tudo se reflete em ganhos: homem e máquina ganham um maior equilíbrio. O lado operário da máquina será finalmente utilizado conjuntamente com o lado criativo do ser humano. Enquanto a máquina não tiver senso analítico (que jamais deverá ser transferido do homem para a máquina), tudo se ajeita e será agregado. Os pilares da indústria 4.0 serão acrescidos pela maior evolução do BigData; Cibersegurança; Computação em nuvem; Realidade virtual; Realidade aumentada; Impressão 3D; Impressão 4D, continuarão utilizadas na indústria 5.0, com resultados expandidos. O problema está com o leitor: será ele que terá que dormir com todo este barulho, pensando em como responder ao enigma da esfinge?

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