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Dramaturgia brasileira perde Tarcísio Meira e Paulo José em menos de 24 horas

Tarcísio Meira morreu nesta quinta-feira (12/8), aos 85 anos, vítima de complicações da covid-19. Já o ator e diretor Paulo José, morreu na quarta-feira, aos 84 anos, em decorrência de uma pneumonia

Tarcísio Meira morreu aos 85 anos de idade nesta quinta-feira (12/8). O ator foi vítima das complicações da covid-19 e havia sido internado no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, no dia 6 de agosto, com a mulher, Glória Menezes, que teve sintomas leves e um quadro considerado de menor gravidade pelos médicos e dará continuidade ao tratamento no quarto, mas não há previsão de alta para a atriz.

Considerado um dos maiores atores da dramaturgia, Tarcísio nasceu em outubro de 1935, em São Paulo. Ele começou a carreira artística no final dos anos 1950 no teatro, em peças como Chá e Simpatia e Quando As Paredes Falam, ambas em 1957.

Tarcísio estreou na TV Tupi em 1959 no teleteatro Noites Brancas. Dois anos depois, contracenou primeira vez com Glória Menezes em Uma Pires Camargo, em 1961, de Geraldo Vietri. Os dois se casaram no ano seguinte. Único filho do casal, Tarcísio Filho nasceu em 1964.

Na Excelsior, o ator se destacou pela atuação com a mulher em 2-5499 Ocupado (1963), de Dulce Santucci, e fez mais nove trabalhos da emissora. Em 1967, eles fizeram sua estreia na Globo em Sangue e Areia e se consagraram como um dos casais favoritos da TV brasileira.

Tarcísio e Gloria tiveram um dos casamentos mais duradouros e de maior sucesso da televisão brasileira.

Paulo José

A dramaturgia brasileira teve outra grande perda na quarta-feira (11/8). Morreu aos 84 anos, o ator e diretor Paulo José, no Rio de Janeiro, em decorrência de uma pneumonia. Ele estava internado há 20 dias, e já convivia com o Mal de Parkinson desde 1993, tendo virado um ícone da luta contra a doença. Paulo José Gómez de Souza nasceu em Lavras do Sul, interior do Rio Grande do Sul, em 20 de março de 1937.

O ator teve seu primeiro contato com o teatro ainda na escola, iniciando a carreira no teatro amador anos mais tarde, em Porto Alegre. No início dos anos 60, Paulo José foi morar em São Paulo e começou a trabalhar no Teatro de Arena, onde exerceu diferentes funções. A primeira peça em que trabalhou como ator foi ‘Testamento de um Cangaceiro’, de Chico de Assis, em 1961.

Estreou na Globo como ator na novela ‘Véu de Noiva’, de Janete Clair, em 1969. Seu primeiro grande personagem foi o mecânico-inventor Shazan, que formava uma dupla bem humorada com Xerife, personagem de Flávio Migliaccio, na novela ‘O Primeiro Amor’ (1972), de Walther Negrão. A dobradinha fez tanto sucesso que deu origem ao seriado ‘Shazan, Xerife e Cia.’, escrito, dirigido e interpretado por Paulo e Flávio entre 1972 e 1974. Outros personagens marcantes foram o comerciante cigano Jairo em ‘Explode Coração’ (1995), de Gloria Perez, e o alcóolatra Orestes de ‘Por Amor’ (1997), de Manoel Carlos.

No cinema, Paulo José também fez história ao participar de filmes importantes como “Todas as Mulheres do Mundo” (1966), de Domingos de Oliveira, “O Padre e a Moça” (1966) e “Macunaíma” (1969), ambos de Joaquim Pedro de Andrade, “Saneamento Básico” (2007), de Jorge Furtado, e de “O Palhaço” (2011), de Selton Mello, entre dezenas de outras produções.

Paulo também emprestou sua voz para a narração de diversos filmes, entre eles o curta-metragem mais celebrado do cinema brasileiro, “Ilha das Flores” (1989), de Jorge Furtado.

Na TV, sua última aparição aconteceu em 2014, como o vovô Benjamin na novela “Em Família”, de Manoel Carlos. Ele interpretava o pai de Virgílio (Humberto Martins) e, como na vida real, seu personagem sofria de Mal de Parkinson.

Paulo José deixa esposa e quatro filhos, todos atores: Ana, Bel e Clara Kutner, de seu relacionamento com a atriz Dina Sfat, além de Paulo Henrique Caruso.

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