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Sítios arqueológicos em Manaus e Iranduba estão sendo recadastrados pela Inside Consultoria e Iphan

Um sítio foi identificado no Aleixo, zona Leste, onde foram encontradas vasilhas inteiras aflorando da terra. Resultado do trabalho vai atualizar cadastros digitais do Iphan e produzir cartas arqueológicas

Ana Celia Ossame

A Inside Consultoria, em parceria com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), está realizando o recadastramento de sítios arqueológicos entre Manaus, capital do estado do Amazonas, e o município amazonense de Iranduba (distante 19.87 km). O projeto está no seu segundo ano e já vistoriou 50 sítios arqueológicos, no primeiro ano, 2020. No ano II, 2021, os trabalhos se concentram apenas nos sítios arqueológicos de Manaus, onde já foram vistoriados mais 50 locais onde existem vestígios arqueológicos.

O trabalho tem como metodologia o caminhamento e o georreferenciamento desses locais. A partir do GPS, os arqueólogos caminham e demarcam o terreno, tendo como ponto de partir o material arqueológico encontrado em superfície. Os locais são registrados com GPS, fotos e anotações no caderno de campo, descrendo a paisagem, tipo de material arqueológico, tipo de solo, tipo de vegetação, e relatos dos moradores do local, que muitas vezes indicam onde podem ser encontrados esses vestígios arqueológicos.

A dificuldade para esse trabalho, de acordo com o professor Rhuan Carlos Lopes, da Unilab, e da arqueóloga Anna Barbara Cardoso da Silva, da Inside Consultoria, se dá porque muitos sítios estão em áreas de condomínios residenciais, área militar e de empresas públicas e privadas, as quais não é permitido o acesso dos arqueólogos.

Interessante destacar deste trabalhado, que tanto os sítios no contexto urbano quanto no contexto rural, ainda se encontra material arqueológicos em muitos deles, mesmo com as modificações já implementadas nas áreas, como construção de moradias, asfaltamento de ruas e avenidas, algumas áreas ainda estão preservas, especialmente nas chamadas áreas de terra preta.

Bárbara da Silva destaca que um sítio em Manaus interessante está situado no bairro do Aleixo, zona Leste, onde foram encontradas vasilhas inteiras aflorando da terra. Essa foi mais fácil acessar por ser uma área do posto de saúde em que a entrada e saída de pessoas é comum, mas há vários prédios ao lado, inacessíveis entre essas áreas.

Há também sinais de sítios arqueológicos ao lado da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) no Japiim, também com afloramento de vasilhas no meio de uma rua, que vem sendo afetada pela passagem de pessoas e carros, ônibus e motos.

Vale ressaltar que os sítios em contexto rural, encontram-se mais preservados, e em alguns locais, dentro de comunidades indígenas, que tem seus relatos sobre a presença deste material arqueológico. Em outros casos, os arqueólogos encontram pessoas que constroem suas coleções particulares, ou mesmo construindo museus com os aparatos mínimos que esse espaço precisa, como no caso da Comunidade Agrovila, que tem um rico acervo, que está resguardado em um museu, com uma coleção de material arqueológico, tanto do período pré-colonial, quanto do colonial, tais como: vasilhas cerâmicas, machados, moedas, garrafas e outros.

O resultado deste trabalho vai atualizar os cadastros digitais do Iphan (CNSA e SICG.), produzir cartas arqueológicas, apresentar um trabalho on-line, além da publicação de um artigo.

Fotos: Divulgação

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