COLUNASOreni Braga

Uma mulher admirável

por Oreni Braga

Pariu 12 filhos, ajudou o marido a criar todos, trabalhando na roça e cuidando das atribuições caseiras, sem deixar de ser feminina.

Minha mãe foi uma dessas mulheres. Cresci vendo Dona Adélia acordando às 05 da manhã para acender o fogo em um fogão de lenha e fazer o quebra de jejum do meu pai e dos trabalhadores, e depois arrumando uma mesa para alimentar cerca de 20 homens que ajudavam meu pai no trabalho da monocultura.

Depois dessa saga, descia para o porto (beira do rio), após uma caminhada de mais ou menos 400 metros com a bacia de roupa na cabeça para lavar, secar e depois passar.

Enquanto a roupa secava, subia para fazer o almoço e arrumar a casa.
Isso tudo das 05 as 09h da manhã. Após esse horário, se arrumava para ir ao trabalho braçal na roça. Ela tinha a sua própria plantação de tomate, pimentão, milho e outros legumes.

Além de todas essas tarefas, ela ainda criava galinha e pato, e ajudava meu pai na criação de algumas cabeças de gado. Pensa que parou ai? Parou não Brasil! Ela também era costureira e, além de costurar as roupas dos 12 filhos, ainda atendia aos pedidos das irmãs da igreja que gostavam de suas artes na máquina.

Atrelado ao trabalho e dedicação à família, ela era uma mulher cheia de fé e criou os filhos temendo a Deus e, embora depois eles escolhessem seus próprios caminhos, isso foi crucial para que eles guardassem consigo os valores morais, éticos e cristãos.

Ao observar aquelas cenas lá no interior e depois na cidade, projetei na figura da minha mãe a mulher forte, perfeita, admirável e poderosa.

Aos 56 anos de idade, ela foi morar com Deus. Combateu o bom combate, mas guardou a fé.

Dona Adélia me educou, formou meu caráter e me ensinou a ser forte, guerreira e temente a Deus.

Minhas homenagens a todas essas mulheres anônimas, porém admiráveis!


Oreni Braga é Mestre em Gestão e Auditoria Ambiental, Especialista em Ecoturismo, Planejamento e Gestão de Parques e Design de Ecolodges.

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