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Vacina do Butantan pode impedir casos graves de Covid e deve ser tomada pelos amazonenses, orienta médico da FMT

Infectologista Marcus Guerra afirma que diante da situação atual, não há como deixar de usar o medicamento que será disponibilizado no AM

Ana Celia Ossame

Mesmo que a taxa de eficiência seja de pouco mais de 50% no geral ou que o efeito seja temporário, o que ainda não dá para saber sobre a primeira vacina a ser disponibilizada no País, a Coronavac, é importante vacinar-se contra a Covid-19 para se evitar em caso de infectado desenvolver quadros graves ou mesmo apresentar sintomas.

A afirmativa é do diretor-presidente da Fundação de Medicina de Tropical Heitor Dourado (FMTHVD), médico infectologista Marcus Vinitius Guerra. Ele, que já teve Covid, pretende tomar a vacinar quando o medicamento estiver disponível para seu grupo.

Pesquisadores demonstraram que a Coronavac, produzida pela farmacêutica chinesa Sinovac e pelo Instituto ButantanInstituto Butantan, no Brasil, conseguiu reduzir em 78% casos que precisariam de assistência médica e 50,4% da doença em geral, com qualquer nível de gravidade.
De acordo com Marcus Guerra, há vacinas com 90% de eficácia com a Oxford e outras, mas a da Coronavac, que é a que deve ser usada no Brasil, tem capacidade para imunizar um percentual expressivo da população com segurança.

Benefícios

Ainda não é possível saber por quanto tempo essa vacina será eficiente, explica o diretor-presidente da FMTHVD. Mas ainda que seja temporário, como ocorre com a usada contra o vírus Influenza, que muda a cada ano, vai proteger os infectados contra sintomas graves ou impedir os adoecimentos.

Marcus Guerra destaca que muitas vacinas usadas no País não protegem 100%, como os casos das contra tuberculose ou da coqueluche, mas protegem a pessoa para não desenvolver formas graves. Se isso for possível com a Coronavac, já será importante diante do quadro atual, porque vai deixar os hospitais livres para outros atendimentos, complementa.

Cuidados no envase

O diretor da FMT manifesta uma preocupação sobre os cuidados a serem tomados pelos operadores da rede de distribuição das doses a serem envasadas nos vidros, pois essa segurança é fundamental para manter a eficácia do produto.

“Tem que ter uma estabilidade no lado operacional quando for para a distribuição nas unidades para que não esteja colocando algo estéril”, adverte o médico, lembrando, no entanto, a longa expertise do Programa Nacional de Imunização (PNI) do Brasil, que tem unidades estaduais e municipal.
Marcus diz que todas as recomendações do fabricante tanto na questão do armazenamento quanto do envase têm que ser seguidas para não comprometer a qualidade e eficácia da vacina.

Essa distribuição das doses nos frascos, que ainda não estão disponíveis em quantidade, é um desafio ainda, explica o médico, lembrando ser essa a razão pela qual países que já iniciaram a vacinando desde o final do ano passado não conseguirem atender a toda a população.

“Não é no estalar de dedo”, alerta Marcus Guerra, para observar a expertise do Brasil na logística da vacinação com o Programa Nacional de Imunização (PNI). “O PNI tem representante em cada estado, temos um no Amazonas e um Manaus”, destacou ele, para falar da importância desse conhecimento da logística para desenvolver o trabalho no Estado de dimensões continentais como o Amazonas.

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