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Economista dá dicas práticas para aproveitar a “black-friday”, sem cair no consumismo

Antes de sair às pressas para as compras, seja de forma física ou online, é importante observar como está seu estado de espirito.  Se não estiver equilibrado, não é recomendável fazer compras

Além da pesquisa de preço e do cuidado com possíveis fraudes, a economista Arlene Sousa, que estuda a relação entre Economia e Psicologia, preparou algumas dicas para que o consumidor tenha maior eficiência nas compras e aproveite melhor o período de ofertas da “black-Friday”

“No começo, este período ficou marcado no Brasil pelo estigma de “black-fraude” por conta da artimanha de alguns comerciantes de manipular os preços dos produtos para ‘maquiar’ os descontos reais. Por isso, é necessário que o consumidor dedique um tempo à pesquisa, compare preços”, orienta a especialista, lembrando que, neste novo cenário de pandemia, com a economia desaquecida, é preciso que o consumidor seja mais inteligente e busquem fornecedores éticos e responsáveis. “Eles existem”, garante Arlene Sousa.

Coordenadora da Comissão Temática de Educação do Conselho Regional de Economia do Amazonas (Corecon-AM), a economista aposta no principal fator de mudança de comportamento para uma melhor experiência: o próprio consumidor.

“Antes de sair às pressas para as compras, seja de forma física ou online, é importante observar como está seu comportamento interno? Ansioso? Se não estiver equilibrado, não é recomendável fazer compras porque corre o risco de se tomar decisões precipitadas, motivo de arrependimentos posteriores”, orienta.

Segundo Arlene Sousa, respirar corretamente, de forma profunda, por três vezes consecutivas também ajuda a energizar o cérebro triádico correspondente ao instinto (animal), ao pensar (racional) e ao emocional-integral (coração) para tomar a decisão mais assertiva para você, sua família e seu bolso.

Dicas práticas

Arlene Sousa preparou cinco dicas práticas para que o consumidor tire o maior proveito possível da “black Friday”. Primeiro, faça uma lista de suas reais necessidades e prioritárias. Embora seja um “costume antigo”, auxilia barrando a ânsia de comprar. Para auxiliar o pensamento psicológico ou emocional, adicione o pensamento econômico. Pense em meses mais estendidos: o que você precisa para os próximos três a seis meses. Será que as compras antecipadas da ceia natal não são uma boa pedida? Alguma reforma? Economizar agora para usufruir depois em uma viagem, por exemplo. Compras em atacado com desconto para revender com margem e gerar renda extra.

Passo seguinte é checar se tem o dinheiro orçado para as compras, a qual a forma de pagamento, se no cartão de débito ou no cartão de crédito e, principalmente, procure os descontos mais vantajosos, para economizar o máximo possível.

Arlene lembra que o funcionamento do cérebro é baseado em dois sistemas: o intuitivo e o racional. Enquanto o primeiro pensa que já sabe a faixa de preço decorada, o segundo tem preguiça de executar essa tarefa. Quem vai ganhar? Você ou o fornecedor?;

A postura de negociação é outro ponto importante. Compre à vista com desconto e dinheiro no seu bolso. Sua postura na negociação será outra. Paquere, namore, veja o preço e depois compre. Seu poder de barganha é outro.

E por último, a economista chama atenção do consumidor para o fator de vivemos na era da inteligência artificial, o algoritmo. E recomenda: use-o a seu favor.  Cadastre-se em sites de pesquisa e aguarde: você pode ser avisado de melhores preços e oportunidades. Deixe o algoritmo seguir você. Deixe um lembrete em seu celular para cancelar essa inscrição posteriormente, afinal, queremos um consumo consciente, baseado na nossa real necessidade. E não se esqueça: não é somente o preço que deve ser comparado. Conheça bem as características dos seus produtos como qualidade, garantia, manutenção, etc.

Tendência

Depois de isolamento social por quase seis meses, a demanda reprimida de consumo aponta que na Região Norte, 75% dos consumidores pretendem aproveitar a “black friday” para fazer compras, de acordo com dados da pesquisa Behup, do grupo Globo. O número está acima da média nacional que é de 68%.

Um estudo da Kearney, consultoria global de gestão estratégica, por exemplo, prevê que o faturamento do e-commerce em 2020 será de R$111 milhões, com um aumento de R$69 milhões em relação às previsões feitas antes da pandemia. Portanto, as compras da temporada de final de ano terão um impacto relevante sobre esse volume de vendas.

Além disso, a tendência é de que haja mais pessoas comprando online, alta competitividade por conta do surgimento de novas lojas virtuais durante a pandemia e antecipação das compras de Natal para os consumidores preocupados em evitar aglomerações e receber seus produtos a tempo.

Em relação ao tipo de produto que as pessoas pretendem comprar, a pesquisa aponta a categoria de roupas e acessórios com 31% das preferências; smartphone com 30%; demais eletrônicos com outros 30% e calçados com 26%. 

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