Antonio Siemsen MunhozCOLUNAS

Sociedade da informação

Se você vive na sociedade da informação pare de fugir dela e saiba o que fazer para ter uma vida melhor

Por Antonio Siemsen Munhoz

A vida atual ocorre em uma sociedade sem fronteiras ou barreiras comerciais. Para além do tratamento exagerado da competitividade e outros aspectos financeiros ela traz profundas mudanças sociais. Todos precisamos um tempo de adaptação para conhecer as mudanças. É a forma mais correta de vivenciar de forma completa e total a vida nesta sociedade.

Quem é a tal da sociedade da informação?

Uma resposta aceita por todos é dizer que ela é a sociedade na qual as pessoas vivem em mundos virtuais, nos quais há uma inversão total de valores, com mudanças significativas em comportamentos e atitudes. Todo o conhecimento – conforme previsto por Nicholas Negroponte e Bill Gates – será digitalizado e colocado na rede. Isto foi previsto em suas obras vida digital e estrada do futuro. Os autores já colocaram o que acontece na atualidade. Na época em escreveram era um exercício de futurologia resultante da evolução tecnológica. A melhoria da qualidade de vida esperada, se aconteceu, foi para poucos. As desigualdades aprofundaram e o grupo dos excluídos digitais aumentou de forma significativa. Nem todas as metodologias e ferramentas foram suficientes para a manutenção de um estado de bem-estar comum democraticamente estendido para todos.

O que estas mudanças trazem?

Tudo acontece em uma velocidade ímpar e avassaladora que coloca muitas pessoas frente ao dilema de uma sociedade sem empregos. Velhos empregos deixam de existir até em visões deja vu e a realidade está cada vez mais difícil de ser vivenciada. Há um fator marginal influente na mudança social esperada: a pandemia. Com ela foi criada a expressão – um novo tempo – que ninguém consegue enxergar. O que venhamos a pensar dela também será um exercício de futurologia sem nenhuma evidência do que poderá acontecer. Distâncias são vencidas. Custos despencam. Toda e qualquer transação  é facilitada. E tal contexto pessoas e empresas devem aprimorar seus comportamentos e atitudes. Possivelmente estejamos entrando em uma condição de desenvolvimento de negócios ainda competitivos, mas de uma forma saudável,. Algo totalmente diferenciado do que é possível observar nos dias atuais. Muda o contexto. Os protagonistas e coadjuvantes do processo devem mudar a sua forma de tratamento. Ela inclui a empatia como elemento guia de como as ações devem ser tomadas: com a preocupação com o outro. A dimensão afetiva é inserida no contexto. A competitividade pode ser amainada com a efetivação de alianças, consórcios entre diversas formas de efetivação do relacionamento pessoal e comercial. A virtualidade nos relacionamentos exige relações de confiança. Elas já alertadas como complexas por Anthony Giddens em sua teorização sobre o efeito dos “encontros sem rosto” . Você está conversando com pessoas às quais nunca viu, com as quais troca informações que poderiam ser utilizadas de forma incorreta caracterizando atitudes profissionais e sociais desenvolvidas.

Participar ainda é o melhor remédio: mas como?

Um apressadinho no fundo da sala poderia levantar a mão e responder ufano de seu conhecimento: aprenda a utilizar as tecnologias. Se tivesse continuado ele poderia até acertar, mas sua tecnofilia não recomendava nenhuma confiança. Elas são necessárias, mas esta condição isolada, não é suficiente. Diversos pequenos programas que atuem como pontes para promoção da igualdade racial e socioeconômica e conhecimento das pontes que integram a dimensão psicológica e neurológica. O professor está sendo chamado a mais um desafio: o de aprender diferentes formas de comunicação intrapessoal e interpessoal, com conhecimento da inteligência emocional e das inteligências múltiplas. Ceder o protagonismo aos aprendizes é uma das principais dificuldades a serem enfrentadas pelos profissionais já formados em ambientes centrados no aprendiz. O paradigma da detenção do poder ainda permanece em muitas iniciativas, de formação, nas quais prevalece a orientação e compartilhamento dos saberes, efetivando a inteligência coletiva preconizada por Pierre Lévy como o resultado final de encontros na virtualidade.

Quais aparatos tecnológicos utilizar?  Para poder atender a todos os requisitos será necessária a aprendizagem dos meios de comunicação; dos aparelhos móveis mediadores em processos de mobilidade total; com os sistemas criados como aplicativos, sem os quais as pessoas sentem-se incapazes de executar ações corriqueiras, substituídas  por algum elemento que traz a IA – Inteligência Artificial para o ambiente. O trabalho com 3D, realidade aumentada, simulações, laboratórios, sistemas especialistas, robótica e inteligência artificial sempre que possível devem ser incentivados. Memória, imaginação, empatia, motivação extrínseca ou intrínseca são sentimentos que devem ser trabalhados com planejamento e após processos de formação dos saberes envolvidos em cada um dos procedimentos.  Um fechamento pode ser necessário com a orientação ao profissional da necessidade de efetivar mudança na organização cultural da organização na qual irá prestar serviços, tornando-se uma organização aprendente que depende, e muito, da ação e prática profissional dos colaboradores. Tudo o que foi falado diz respeito, de forma específica, ao uso de atributos da tecnologia da informação. Para fechar uma convivência suave é preciso que a cultura pessoal também sofra alterações. Se a tecnologia falhar, ainda resta o profissional e sua capacidade de improviso.

Se o colaborador falhar, felizmente as máquinas ainda não atingiram um nível de evolução que as permita tomar decisões como os humanos. Muitas pessoas alegam preferir assistir a este espetáculo diretamente das arquibancadas suaves das nuvens desde que tenham mérito para lá estarem.


Antonio Siemsen Munhoz é Doutor em Engenharia de Produção, Bacharel em Engenharia Civil, Especialista em Tecnologias Educacionais, Pós-graduado em Gestão Eletrônica de Documentos, com MBA em Design Thinking


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