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Famílias ficam mais cautelosa, compram menos e índice de consumo fica estável em agosto

Apesar da queda em agosto, a ICF medida pela Confederação Nacional do Comércio, reverte retrações recentes e registra perspectivas positivas para os próximos meses

A Intenção de Consumo das Famílias (ICF), medida pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), apresentou a quinta retração consecutiva em agosto (-0,2%), permanecendo com a pontuação estável no comparativo mensal (66,2 pontos). Este é o pior índice para um mês de agosto desde o início da série histórica, em janeiro de 2010. A queda em relação a julho, contudo, é a menos intensa registrada nos últimos cinco meses. Em comparação com o mesmo mês de 2019, o recuo foi de 27,6%. O indicador está abaixo do nível de satisfação (100 pontos) desde abril de 2015.

De acordo com o presidente da CNC, José Roberto Tadros, os resultados de agosto mostram que os brasileiros permanecem conscientes da importância da sua renda e cautelosos com o consumo. “O momento atual permanece incerto e exige cautela das famílias. Contudo, os resultados negativos já demonstram desaceleração”, afirma Tadros.

Perspectivas melhoram

Os resultados positivos dos indicadores que medem as expectativas das famílias para os próximos meses corroboram a análise do presidente da Confederação. Após três quedas seguidas, Perspectiva Profissional foi o item que apresentou o maior crescimento no mês (+4,6%), chegando a 70,8 pontos. Perspectiva de Consumo seguiu o mesmo caminho, registrando variação positiva (+1,5%), após quatro meses de retração, e alcançando 60,9 pontos. “Esse aumento da expectativa de consumir em agosto revela que, apesar de as famílias ainda demonstrarem uma percepção negativa em relação ao consumo atual, as expectativas para o longo prazo já são otimistas”, ressalta a economista da CNC responsável pelo estudo, Catarina Carneiro da Silva.

O momento atual, no entanto, ainda apresenta resultados negativos, apesar da desaceleração das taxas. O Emprego Atual recuou 0,5%, seu quinto resultado negativo seguido, mas o menos intenso em cinco meses. Com 85,1 pontos, o item terminou agosto como o mais alto entre os índices da pesquisa. Já a Renda Atual registrou retração de 3,4%, também a quinta consecutiva, chegando a 76,8 pontos – o menor nível da série histórica. A variação negativa, porém, assim como a do item referente ao emprego, foi a menos intensa do período – apesar de ter sido a mais negativa entre os indicadores da pesquisa em agosto. “Percebe-se que a renda das famílias continua sendo afetada pela crise da covid-19, apesar de dar sinais de uma recuperação gradual. Além disso, os brasileiros demonstraram percepções menos negativas em relação ao mercado de trabalho”, analisa a economista da Confederação.

Momento para duráveis volta a crescer

O Nível de Consumo Atual apresentou comportamento semelhante aos itens citados acima. Chegou à quinta queda mensal consecutiva (-0,5%); porém, a menos intensa no período. O item caiu a 49,2 pontos, o menor nível desde novembro de 2016. Já o indicador Momento para Duráveis, que avalia o que os consumidores pensam sobre a aquisição de bens como eletrodomésticos, eletrônicos, carros e imóveis, cresceu 2,1%, após acumular quatro quedas seguidas. O item, no entanto, foi o que obteve a maior queda anual (-36,1%) entre os itens pesquisados e fechou o mês com 40 pontos, sendo o menor subíndice da pesquisa.

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