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Lideranças empresariais apresentam soluções para ZFM, sustentabilidade e Reforma Tributária

Durante o webinar foi proposta a criação do Fundo de Desenvolvimento Sustentável do Amazonas para fomentar a produção de novos produtos e investimentos em pesquisa, desenvolvimento e inovação

A Fundação Amazonas Sustentável (FAS) promoveu um debate on-line para tratar sobre o modelo Zona Franca de Manaus (ZFM), sustentabilidade e reforma tributária, temas que impactam diretamente o desenvolvimento do estado. Durante o webinar realizado na quarta-feira (5/8), que reuniu lideranças empresariais, foi apresentado e discutido estudo elaborado pela FAS, com a participação de 13 especialistas de diversas áreas, que demonstra a importância do modelo ZFM para o Brasil e para preservação ambiental.

Entre as propostas apresentadas no documento, está a criação do Fundo de Desenvolvimento Sustentável do Amazonas para fomentar a produção de novos produtos e investimentos em pesquisa, desenvolvimento e inovação. Os recursos desse fundo também serão utilizados para formação profissional. 

O presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos (Eletros), José Jorge Júnior, destacou no estudo, a proposta de diversificação de produtos no modelo atual e a criação do Fundo. Na avaliação dele, as empresas não serão contrárias em participar, desde que tenha transparência na utilização dos recursos e resultados positivos.

Jorge Junior enfatizou que a ZFM é extremamente importante, por conta da sua linha de produção de alto valor agregado e permite que 97% da floresta amazônica permaneça em pé. “Querer prejudicar a indústria da Zona Franca (de Manaus) é literalmente colocar fogo na floresta e atrapalhar o verdadeiro guardião da floresta, que é o caboco amazônico”, afirmou.

O presidente da Eletros disse que a ZFM não prejudica o Brasil, ao contrário, colabora com o desenvolvimento regional. “O nosso país tem um modelo de desenvolvimento que mantém a floresta em pé e isso precisa ser considerado na Reforma Tributária. Estamos dando uma oportunidade para os congressistas brasileiros mostrarem para o mundo a importância da Amazônia, da floresta em pé, com o povo que mora na floresta. Temos que fortalecer esse modelo que há mais de 50 anos colhe bons frutos”, defendeu.

Wilson Périco, presidente do Centro das Indústrias do Estado do Amazonas (Cieam) destacou que apesar das prerrogativas do Polo Industrial de Manaus (PIM) estarem resguardadas na Constituição Brasileira, ele precisa ser enaltecido nos debates da Reforma Tributária. “Somos o único país no mundo que tem na Constituição um projeto que assegura a preservação ambiental, que tem um viés de redução das desigualdades regionais. É uma indústria que preserva o meio ambiente. Precisamos vender para o resto do mundo a imagem do Amazonas como Brasil. Sem esse modelo, deixaríamos milhares de brasileiros desempregados, levando risco a floresta”, afirmou.

Sobre a proposta de criação do Fundo de Desenvolvimento Sustentável do Amazonas, Wilson Périco entende que ao invés de criar um novo instrumento, o melhor seria aproveitar os fundos de incentivos fiscais já existentes. Segundo ele, o Programa de Desenvolvimento (P&D) gera mais de R$ 1 bilhão e esse recurso poderia ser mais bem aproveitado.

 “Estamos tão cansados em contribuir e não ver os resultados. Por isso, sugiro focar em alternativas dos fundos que já existem. Além disso, o Amazonas entrega para o Governo Federal mais de R$ 10 bilhões. O vice-presidente (da República) Hamilton Mourão, como presidente do Conselho Nacional da Amazônia, pode pleitear parte desses recursos para esse fundo de investimento. Também temos que discutir uma nova lei estadual de compensação e preservação do meio ambiente”, propõe Périco.

Segundo ele, o mais seguro seria prorrogar a atual legislação de incentivos fiscais, que termina em 3 anos, e trabalhar com tempo para atrair investimentos. Pois, ninguém vai colocar recursos aqui sem perspectivas para depois de três anos. Buscar dentro da construção desse trabalho, uma matriz de compensação ambiental.

O superintendente da FAS, Virgílio Viana, defendeu a proposta da instituição. Segundo ele, a criação do fundo tem por objetivo a valorização dos produtos da floresta e defendeu que ela inserida nas discussões sobre Reforma Tributária.

 “É interesse do Brasil defender a floresta em pé e a Zona Franca (de Manaus) é essencial para isso, por isso devemos debater bastante o assunto. Na próxima quarta-feira, dia 12, faremos um novo webinar com outras lideranças para ampliar os discursos sobre o tema. Será transmitido pelo canal TV FAS no Youtube”, afirmou.

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