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Polícia Federal prende líder do grupo 300 do Brasil, Sara Winter, que apoia o presidente Bolsonaro

Prisão foi determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, a pedido da Procuradoria geral da República. Segundo o Ministério Público, o grupo é uma “milícia armada”

A ativista Sara Winter foi presa pela Polícia Federal, em Brasília, na manhã desta segunda-feira (15/6). Ela lidera o grupo 300 do Brasil, que apoia o presidente Jair Bolsonaro. Além de defender intervenção militar, o grupo é responsável por ataques ao Congresso e ao Supremo Tribunal Federal. A prisão foi determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo o Ministério Público, o grupo é uma “milícia armada”.

A Secretaria de Segurança do Distrito Federal respondeu aos ataques feitos por bolsonaristas, após o desmonte do acampamento 300 do Brasil instalado na Esplanada dos Ministérios, em Brasília. Em nota, o órgão distrital afirmou que o acampamento era ilegal e que por isso, após diversas tentativas através do diálogo, optou por enviar as forças de segurança junto com membros do DF Legal para retirar os manifestantes de extrema-direita do local.

Ao contrário do que afirma Sara Winter em suas redes sociais, o governo do Distrito Federal (GDF) afirma que o acampamento foi desmontado “sem confronto”.

O grupo é chamado pelo ministério público de “milícia armada”. Sara confessou recentemente que o grupo conta com proteção de pessoas armadas. “Em nosso grupo, existem membros que são Colecionador, Atirador e Caçador (CACs), outros que possuem armas devidamente registradas nos órgãos competentes. Essas armas servem para a proteção dos próprios membros do acampamento e nada têm a ver com nossa militância”, disse Sara à BBC News Brasil.

O Ministério Público afirmou, em ação impetrada na Justiça contra o grupo, que os 300 do Brasil se colocam como um grupo paramilitar. “Milícias não se subordinam à normatividade jurídica do Estado; seguem paralelas a ela ou em contraposição ao poder estatal. Não é necessário haver uniforme, distintivo, continência ou sinais de respeito à hierarquia, símbolos ou protocolos de conduta visíveis ou explícitos. Importa, e muito, o emprego paramilitar dos associados para finalidade política nociva ou estranha à tutela do Estado Democrático de Direito”, diz a denúncia.

Além de ter entre seus membros gente que defende o fechamento do Congresso e do STF, líderes do movimento dizem que um de seus principais objetivos é “exterminar a esquerda”. O grupo, que se organizou por redes sociais e aplicativos de conversa, conta com apoio de parlamentares alinhados ao governo.

Sara Winter também é investigada no inquérito das fake news, por suposta participação em uma quadrilha que cria e espalha ameaças e ataques aos ministros do STF.

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