REGIÃO AMAZÔNICA

Em tempos de pandemia, a história de mulheres acreanas que além de heroínas da saúde, são mães

Mesmo sem a tradicional confraternização com as mães, regada de abraços e carinhos, o amor que existe no coração das mães e dos seus filhos não acabará

Considerada uma das datas mais especiais do ano, o Dia das Mães, será comemorado neste domingo, 10, de uma forma diferente do habitual. O distanciamento social, que é uma das armas no combate ao novo coronavírus, fará com que muitos filhos abram mão da tradicional confraternização com as mães, regado de abraços e carinhos, mas mesmo com esse contexto não acabará com o amor que existe no coração das mães e dos seus filhos.

No atual panorama da pandemia, os profissionais da área de saúde têm sido considerados, mais do que nunca, heróis pela população. E dentro dessa realidade estão as mulheres que além de heroínas da saúde, são mães.
Colocando em seu colo um bebê prematuro, Luciana Teixeira de Lima Viecorge, 38, técnica de enfermagem na Maternidade Bárbara Heliodora, trabalha há 10 anos na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (Utin), ficando lado a lado com os pequenos pacientes em seus plantões.

Como profissional, é aquela que toma todos os primeiros cuidados com os bebês prematuros junto de uma equipe de multiprofissionais, orientando as mães como colocar os bebês tão frágeis no colo e ensinando as novas mães a importância da amamentação e de como amamentar, monitorando de perto o desenvolvimento dessas pequenas vidas. Todos os dias é confrontada com questões relacionadas à luta contra a morte.

“Lidamos todos os dias com o amor da vida de alguém. Quando eles se recuperam nos alegramos juntos com a mãe, quando infelizmente não se recuperam sofremos juntos com a família que perde. Nesses dias temos sido todo o suporte físico e emocional desses bebês já que as mães não podem ver seus filhos em razão da pandemia. Nosso cuidado tem sido redobrado, mas amo minha profissão e o que faço, pois é um lugar que nem todos querem estar, mas é de grande importância para a vida”, explicitou a técnica de enfermagem.

Mãe de dois filhos, Lucas Teixeira Viecorge, 20, e Davi Teixeira Viecorge, 14, fala que não tem sido nada tranquilo lidar com essa pandemia, pois precisa fazer seu papel de mãe e de profissional. Como filha será o primeiro Dia das Mães que não abraçará sua mãe, Dilene Teixeira, 59.

“Tenho deixado meus filhos com o pai e em todos esses dias não tenho tido contato com eles. Tenho medo de ter contato com o vírus e contaminar meus filhos. Tenho sofrido muito por não poder abraçá-los e como filha também será o primeiro Dia das Mães que não poderei abraçar minha mãe”, com lágrimas explicou Luciana Teixeira.

Famílias que estão levando o isolamento social a sério abrem mão de estarem fisicamente juntos e encontram na tecnologia uma maneira de amenizar a saudade, será assim que Luciana poderá conversar com sua mãe neste domingo.


Com esse intuito de conscientização e apoio, a primeira-dama do Estado, Ana Paula Cameli, em parceria com a Secretaria de Estado de Comunicação, produziu uma mensagem de vídeo para todas as mães do estado, salientando a dedicação de todas na proteção e cuidado com suas famílias e a esperança de que tudo isso vai passar, mas é importante ficar em casa e obedecer todas as recomendações da saúde.

“Nesse momento, como mãe, essa mensagem é uma forma de agradecer pelo cuidado e a sabedoria de todas as mamães acreanas, essa cautela e o amor que só uma mãe tem com sua família. Precisamos continuar em casa e protegendo aqueles que amamos. Mandem mensagens de vídeo, de áudio para sua mãe, uma videochamada, mas cuide daqueles que você ama. É um momento difícil, mas vai passar e em breve poderemos celebrar a vida junto com os nossos familiares e amigos. Desejo a todas as mães guerreiras do nosso estado um Feliz Dia das Mães”, disse a primeira-dama do Estado, Ana Paula Cameli.

Maternidade e a ajuda humanitária

Motivos para comemorar com muita alegria o Dia das Mães não vão faltar para a diarista Ângela Alperes Garcia, 27. Mãe da pequena Vitória, 8 anos, e da Eloáh, de 6 anos, ela reside com a mãe Valdira Alperes, 54, e todas vão poder estar juntas no domingo e poderão agradecer a vida.

Para a mamãe Ângela, a maternidade mudou a sua vida, tornou-se uma outra mulher, um ato de amor que ela não consegue mensurar. Ela sai quase todos os dias para trabalhar, obedecendo todas as recomendações de saúde, pois precisa ganhar o pão de cada dia para o sustento da família.
“Quando volto do trabalho com todos os cuidados para proteger minha família, tenho duas pequenas me esperando com seus olhinhos cheios de alegria. Elas são a minha força, com elas descobri que sou uma grande mulher e que poderei ir além. Todos os dias aprendo mais com minhas filhas. Ser mãe é dádiva de Deus”, descreve Ângela.

A diarista além de passar esse dia com a família, foi beneficiada com uma cesta básica, ofertada pela Operação Cesta Acreana, projeto do governo do Estado do Acre que tem dado uma atenção especial para milhares de famílias afetadas pela baixa da economia causada pela pandemia do novo coronavírus.

“Essa ajuda do governo foi muito eficaz, pois nem todos os dias eu posso trabalhar diante dessa pandemia, para justamente protegê-las de serem contaminadas. Então agradeço de coração essa ação que tem ajudado a minha família e tantas outras famílias”, agradeceu a diarista.

Luana Lima – (Agência de Notícias do Acre)

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